O livro de Joseli Nunes Mendonça desvenda o que aproxima esses diferentes registros: seu
conservadorismo. Mas esse desvelo apenas não
justificaria o alcance da análise sem a reconstituição paciente dos “cenários” da abolição. Com essa
metáfora, a autora revela que os escravos não representam papéis escritos por outros e para eles, mas
emergem de carne e osso atuando em tribunais de
justiça, redefinindo suas relações com os senhores
e os dispositivos jurídicos de uma legislação emancipacionista muito mencionada mas ainda pouco
conhecida. Parlamento, sociedade e justiça não aparecem como abstrações, mas como realidades historicamente construídas em relações de conflito.
Este livro representa abordagem, pesquisa
e análise inovadoras sobre um tema cujas possibilidades de investigação poderiam parecer esgotadas.